Violência é qualquer conduta – ação ou omissão – de
discriminação, agressão ou coerção, ocasionada pelo simples fato de a vítima
ser mulher e que causa dano, morte, constrangimento, limitação, sofrimento
físico, sexual, moral psicológico, social, político ou econômico ou perda
patrimonial. Essa violência pode acontecer tanto em espaços públicos como
privados.
Trocando em miúdos:
Violência contra a
mulher é qualquer violência que a mulher sofra só porque é mulher.
Quando uma mulher é agredida em público por um homem, isso é
ação; quando alguém com poder de impedir que ela seja agredida não toma atitude
em sua defesa, isso é omissão.
Quando é violentada, isso é ação; quando ela deixa de ser
socorrida sob o pretexto de ter provocado o ato violento por ter “dado bola” ou
porque estava vestida de forma provocativa, isso é omissão.
Violência doméstica
Quando se fala em violência doméstica, pensamos erroneamente
naquelas ações que provocam algum tipo de lesão física. Pode começar de forma
leve, mas quando não é contida neste estágio, sempre atinge extremos. 30% das
agressões são graves e podem acarretar morte.
Violência Física e Psicológica
Quando lhe trancam em casa e você não pode ir ao trabalho, à
escola ou outros lugares;
Você, seus filhos e outras pessoas da família (pais, tios
etc.) são ameaçados;
Batem ou espancam com tapas, murros, mordidas, arranhões,
mesmo que não deixem marcas aparentes no corpo;
Fica sem assistência na doença ou gravidez;
Quando é amedrontada ou ameaçada com armas de fogo ou branca
(facas, estiletes), barras de madeira ou ferro, cordas e chicotes etc.;
Dizem de forma indireta que você “não presta”, tem amantes
etc.
Quebram utensílios, rasgam roupas, chutam móveis, batem
portas;
Destroem ou escondem documentos pessoais, profissionais ou
mesmo fotos.
Violência Sexual
É forçada a fazer sexo contra sua vontade (mesmo com seu
marido/companheiro);
Usa de violência para forçá-la a praticar atos sexuais que
não lhe agradam ou praticar sexo com sadismo, ou seja, o parceiro tem prazer
com o seu sofrimento;
Violência e Saúde
Mulheres adoecem a partir de situações de violência,
principalmente da violência doméstica. Recorrer aos serviços de saúde com
reclamações de enxaquecas, gastrites, dores difusas e outros problemas podem
indicar que vivem situações de violência dentro e fora de casa.Essas pequenas
doenças geralmente são tratadas com medicamentos comuns, e a causa não é
identificada pelo médico porque não é física. Elas tendem a piorar, podendo
“criar” doenças piores, que podem levar à morte.
Trocando em miúdos:
Sofrendo agressão
física ou psicológica, seja em casa ou fora dela (maior parte das vezes é no meio familiar) a mulher adoece. Dores
de cabeça que nunca curam, de estômago, em diversas partes do corpo, diarreias,
vômitos acontecem por causa dessa agressão.
Quando a Mulher não é
apenas a vítima – Saúde Mental
A mulher não deve ser vista apenas como uma “vitima” da
violência provocada contra ela, mas como parte integrante de uma relação com o
agressor, o que traz uma face bastante complexa e, por vezes, se transforma em
uma forma de jogo em que a “vítima” passa a ser “cúmplice”.
Antes da Lei Maria da Penha, a mulher, por vezes, denuncia
formalmente o agressor em uma delegacia especializada para, logo após, retirar
a queixa. Outras vezes foge para uma casa-abrigo levando consigo as crianças,
por temer por suas vidas e algum tempo depois retorna ao lar, ao convívio com o
agressor. Não se sente bem com isso (tem pena do agressor, medo de enfrentar
outro tipo de vida, não consegue se sentir bem sem conviver com a violência
praticada contra ela) e retira a queixa.
São situações que envolvem sentimentos, forças inconscientes, fantasias,
traumas, desejos de construção e destruição de vida e morte.
As dores que surgem sem motivos aparentes pode significar
uma reação, um sinal de que a mulher está se acostumando a sofrer por não
conseguir deixar a vida que leva.
.
Doença
O agressor sempre é um doente e, como todo doente precisa de
tratamento. Por causa dessa violência a mulher acaba ficando, também doente,
mas ao contrário de quem agride, ela adoece por não saber viver sem ser
agredida.
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